Texto Mark Ravenhill Tradução Ana Bigotte Vieira Direcção Artística e Encenação Gonçalo Amorim Interpretação Carla Maciel, Carloto Cotta, Pedro Carmo, Pedro Gil, Romeu Costa Espaço Cénico Rita Abreu Adereços e Figurinos Ana Limpinho e Maria João Castelo Sonoplastia Sérgio Milhano Desenho de Luz José Manuel Rodrigues Assistência de Produção Andreia Carneiro Direcção de Produção Mafalda Gouveia Co-produção Primeiros Sintomas/CCB
Prémio da Crítica 2007
Estreia CCB – BLACK BOX > 15 de Novembro de 2007
Teatro da Politécnica > 7 de Dezembro de 2007
Centro Cultural Vila Flor, Guimarães > 7 Junho de 2008
Esta inspirada peça de Mark Ravenhill congrega toda a sua brutalidade, inteligência e ironia no título, que nos faz mergulhar imediatamente no seu imaginário. De facto, há dois planos políticos que se entrecruzam e tecem a peça: Shopping & Fucking é, por um lado, um check-up à sociedade de consumo e, por outro, revela uma sensibilidade extrema quanto à dinâmica das relações.
Mark, um toxicodependente em recuperação, comprou Robbie e Lulu no supermercado, duas pessoas que passaram assim a viver com ele e a ajudá-lo no seu tratamento. Diz procurar relações que não signifiquem nada, que sejam como transações, uma vez que proclama “nada de dependências”.
São personagens que usam o dinheiro como anestesia, que fazem do consumo uma vacina para o desejo, para, no limite, se tornar explícito que não dá. Não funciona. E no entanto vai funcionando...
Uma reflexão sobre a globalização, a violência e o corpo, questões que estão definitivamente instaladas nas sociedades contemporâneas e que se materializam em aberturas e rasgos no cenário de cartão e em actores que vomitam palavras.
“Aqui [nesta refeição individual para microondas] tens o mundo todo. (...) Tens um império debaixo de celofane. Olha, China. Índia. Indonésia. No passado tinhas de invadir, tinhas de ocupar só para ter uma destas coisas e agora, que elas estão aqui sentadas à tua frente, estás-me a dizer que não consegues provar nada.”
Esta inspirada peça de Mark Ravenhill congrega toda a sua brutalidade, inteligência e ironia no título, que nos faz mergulhar imediatamente no seu imaginário. De facto, há dois planos políticos que se entrecruzam e tecem a peça: Shopping & Fucking é, por um lado, um check-up à sociedade de consumo e, por outro, revela uma sensibilidade extrema quanto à dinâmica das relações.
Mark, um toxicodependente em recuperação, comprou Robbie e Lulu no supermercado, duas pessoas que passaram assim a viver com ele e a ajudá-lo no seu tratamento. Diz procurar relações que não signifiquem nada, que sejam como transações, uma vez que proclama “nada de dependências”.
São personagens que usam o dinheiro como anestesia, que fazem do consumo uma vacina para o desejo, para, no limite, se tornar explícito que não dá. Não funciona. E no entanto vai funcionando...
Uma reflexão sobre a globalização, a violência e o corpo, questões que estão definitivamente instaladas nas sociedades contemporâneas e que se materializam em aberturas e rasgos no cenário de cartão e em actores que vomitam palavras.
“Aqui [nesta refeição individual para microondas] tens o mundo todo. (...) Tens um império debaixo de celofane. Olha, China. Índia. Indonésia. No passado tinhas de invadir, tinhas de ocupar só para ter uma destas coisas e agora, que elas estão aqui sentadas à tua frente, estás-me a dizer que não consegues provar nada.”
Mark Ravenhill in Shopping & Fucking
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